Bringa, Velence & Citadella

Bringa
"bringa" é como se diz "bicicleta" em hungaro...
Bringa poderia ser um "apelido carinhoso" para bicicletas no Brasil (assim como dizemos "magrela" poderiamos muito bem dizer "bringa" tambem, não? pois vou adotar!)

Sabado, alugamos 2 bringas e fomos, Leticia e eu, até Szentendre...
São 20km até lá... pela beira do Danúbio, cortando bosques, com vista pro rio e cheiro de flores... No caminho, paramos pra comer amoras, ficar com os dedos roxos e lembrar da infância...



Em Szentendre, comemos lángos e sentamos na beira do rio pra descansar... e aí voltamos pelo mesmo caminho (outros 20km!)



Chegando em Budapeste, ainda tivemos energia pra tomar sorvete na Ilha Margit e tomar chimarrão ao entardecer

Velence
Velence é um lago que fica a 50km de Budapeste... Não é grande e famoso como o Balaton, mas é um lugar bem gostosinho...
Grama, águas banháveis, pessoas tomando sol, praticando esportes aquáticos, tomando cerveja, caminhando... não é praia, mas quebra um galho!



Passamos o domingo lá, tomando banho de sol, caminhando ao redor do lago, colocando os pés na água e tomando chimarrão assistindo o por do sol!




Citadella
É uma fortaleza no topo de um morro aqui em Budapeste... lá de cima a vista da cidade é muito bonita...


...e nós fomos lá à noite!


Admiramos a vista, tocamos violão, cantamos (de mamonas assassinas a xitãozinho e xororó), tomamos vinho e nos divertimos muito!


(a gente até abriu a caixa do violão do Roger pra ver se ganhava umas moedas... hahaha!)

é, foi um fim de semana cheio! :)

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Meus lugares preferidos...

Em cada cidade que morei, encontrei alguns cantinhos que gostei, que se transformaram em meus lugares preferidos...

Em Santa Fé (na Argentina):
* o telhado da minha casa. Eu subia lá em cima e ficava olhando os telhados das casas vizinhas e cantando "Telhados de Santa Fé", em uma adaptação minha de "Telhados de Paris"... também pendurava roupas pra secar e assistia o pôr-do-sol lá de cima
* o caminho no meio da boulevar que ia da 9 de Julio até a costanera... era um canteiro com árvores no meio da avenida... e ia dar no rio...
* a costanera, calçadão na beira do Rio Paraná, onde eu sentava pra tomar mate com o pessoal e caminhava com minhas "maninhas"

Em Córdoba (tambem na Argentina):
* as ruas de Nueva Cordoba - principalmente na primavera, quando todo mundo ficava na calçada até tarde, tocando violão, cantando, tomando cerveja... e os bares e danceterias sempre cheios até o amanhecer
* o parque, onde ia tomar mates, caminhar ao redor do lago, sentar na grama...

Em Porto Alegre:
* a beira do Guaíba perto do Gasômetro, onde andávamos de bicicleta e depois sentávamos pro chimarrão
* a Redenção, onde caminhávamos ao redor do lago, passeávamos nos fins de semana e, claro, também tomávamos chimarrão
* a Rua da República, por onde caminhava dentro do "tunel" de árvores que cobre a rua...

Em São Paulo:
* o Ibirapuera... pedaço de calma no meio da confusão da cidade... e onde eu assistia shows, teatros, ia a festivais... onde sempre tinha algo acontecendo
* o parque da Aclimação, onde caminhava no final da tarde, depois de um dia inteiro sentada em frente ao computador
* o café no centro cultural da Gazeta, onde eu sentava em uma mesa na frente da janela e tomava café enquanto via as pessoas passarem apressadas pela Avenida Paulista
* a feira de todas as sextas de manhã, onde comprávamos frutas e verduras pra semana inteira e almoçávamos tempura e tapioca de morango com leite condensado

Em Praga:
* as paredes de Visehrad, a fortaleza perto do rio, onde eu sentava e ficava olhando pro castelo, as casinhas medievais que ficavam embaixo, nas ruazinhas que cruzavam por ali... e onde eu sentava na grama e aproveitava o fato de, por mais que fosse um lugar super bonito, os turistas ainda não tinham descoberto
* Haje - o bosque perto da minha casa, onde eu caminhava, pisava as folhas de outono e até fui colher cogumelos!
* o lago perto de casa, onde eu fazia minhas caminhadas de fim de semana... e onde em cada estação do ano, eu observava uma paisagem diferente

E aqui em Budapeste:
* o tunel que atravessa o morro onde fica o castelo... onde eu subo e sento no topo do tunel, admirando a vista da Ponte das Correntes, o Danúbio e a catedral ao fundo
* a Ilha Margit no verão... onde vou caminhar, sentar na grama, assistir as águas dançantes do chafariz...
* a rua onde fica a "minha" biblioteca... ruazinha charmosa de paralelepípedos que no outono tinha árvores amarelinhas e agora que é verão tem barzinhos e cafés com charmosas mesinhas nas ruas... andando por essa rua cruzo uma praça com um chafariz no meio, vejo uma igrejinha... adoro a calma e tranquilidade da rua... e a minha biblioteca também é legal! Tem livros em inglês e até espanhol e português!
* no inverno, o Szimpla, bar alternativo e underground, onde a gente sentava pra tomar chá indiano com especiarias e leite
* e no verão, Godor, o bar que coloca mesas na rua e a praça fica lotada de gente conversando e tomando cerveja ao ar livre... até altas horas da madrugada!

Em cada cidade encontrei meus cantinhos, meus pedaços de cidade que fazem eu me sentir em casa... e assim, me sinto em casa onde quer que eu esteja! :)

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Brasileiros em Budapeste

Tem muitos brasileiros (e gauchos!!) aqui em Budapeste agora... então às vezes eu até esqueço que não to no Brasil... Foram vários os eventos que me fizeram sentir em casa nessas últimas semanas...

Janta Gaucha

Cozinhamos carreteiro (que, com linguiça húngara, ficou meio laranja e esquisito, mas ficou bom assim mesmo), comemos negrinho, e, como agora temos um violeiro profissional por aqui (e gaucho, ainda por cima!!), cantamos todas as musicas gauderias... de "ceu, sol, sul" a "vaquinha preta", passando por "amigo punk", todos os clássicos do rock gaucho e todos os nossos "hinos".




No fim da noite, depois de vários vinhos húngaros, a criatividade era tanta que um dos guris até inventou uma música nova: o "Blues do Guaiba Podre" ;)



(e o bairrismo da noite era tanto que depois, descrevendo quem tinha ido lá em casa pra janta, eu disse "foram todos os gauchos... ah, e tinha uns brasileiros também")

Chimarrão no Parlamento

Agora que tenho companhia pro chimas, tenho usado a cuia com bastante frequência... Um dia desses, resolvemos sentar na beira do Danúbio, na frente do Parlamento e aproveitar um céu lilás tomando mate...



(porque naquele dia, Budapeste não era cinza, era Lilás!)

Pelada na Ilha e Jogo do Brasil

Sábado os guris resolveram se reunir na Ilha Margit pra jogar bola... acho que eram mais de 15 brasileiros (ta, tinha uns colombianos e mexicanos também)... foi uma pelada digna de qualquer campinho brasileiro: goleirinha feita de chinelo, mochila, o que tivesse pela frente; time dos sem-camisa contra o time dos com-camisa... e as gurias na torcida ;) Rimos muito... tava com saudade das piadas e avacalhação brasileiras!

E depois do jogo deles, fomos num bar assistir o jogo do Brasil (contra o Uruguay, nas eliminatorias da copa)... com bandeira, camiseta do Brasil e tudo... fizemos festa, comemoramos, gritamos... parecia que estávamos no Brasil!

Mais chimarrão

E como gaucho que é gaucho não se mixa pra chuva, ontem enfrentamos a chuva, subimos até o distrito do castelo e sentamos no "Bastião dos Pescadores" (Fisherman´s Bastion) pra tomar chimarrão, admirar a vista de Pest lá de cima, falar da vida e fazer experimentos fotográficos com a minha câmera.




E no fim da tarde, o sol abriu uma fresta pelo meio das nuvens cinzentas, iluminou o parlamento, pintou o céu com um arco-íris e confirmou o que disse Chico Buarque...



..."Budapeste é amarela!"

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Londres



Alguém me disse que Londres era a “capital do mundo”... eu concordo! Me disseram que Londres é frenética em seu ritmo e que suas ruas transpiram vida... tinham razão! Que o humor britânico é super sarcástico e que a cidade é cult... comprovado! Também tinham me dito que eu ia amar Londres... acertaram!

Mas quem vai a Londres pra ver o Big Ben, o London Eye e a Tower Bridge, corre o risco de não ver Londres!



Porque o melhor de Londres não são os pontos turísticos... não são as filas de japoneses se acotovelando pra tirar a melhor foto em frente ao Big Ben, não é o transtorno de turistas atravessando a Tower Bridge, não é a fila de turistas loiros, altos e de sandália esperando sua vez para subir no London Eye... até porque o Big Ben é simplesmente um relógio, a Tower Bridge nada mais é do que uma ponte e o London Eye é só uma roda-gigante gigante...



Mas ainda assim, Londres é o máximo!

A cidade é viva, movimentada... é o lugar mais diverso que já pisei... são pessoas de todos os lugares, estilos, etnias... falando todas as línguas, vestindo os mais variados tipos de roupa... são lojas de produtos de qualquer canto do mundo... quer encontrar produtos taiwaneses? Quem sabe temperos indianos? Um souvenir polonês? Quer guaraná? Um jantar num restaurante árabe? Sair pra dançar salsa? Tem tudo lá!

E como a cidade é tão variada e atende a todos os gostos, compartilho aqui a minha Londres... os meus lugares/momentos preferidos lá...

Logo no primeiro dia, entrei na que se diz “A maior livraria de livros de viagem do mundo”... são 3 andares de mapas, globos terrestres, livros de viagem, guias turísticos, livros de idiomas... quer aprender “nepali”? thailandes? Tem livro lá! E o chão do primeiro andar da livraria é um mapa-mundi gigante! Adorei!



No fim de semana, caminhamos por Notting Hill (sim, o bairro do filme), pelo mercado de Portobello, que é um lugar onde tu encontra tudo e nada! São antiguidades, frutas e verduras, artesanatos, quadros e artigos inúteis em geral... As casinhas coloridas e o sol (sim! Tivemos sol lá!) davam um colorido especial à feirinha.



No domingo a noite, pra poupar dinheiro, compramos sanduiches, suco de caixinha e uns brownies no supermercado... e fomos procurar um lugar pra sentar e comer... estávamos em Convent Garden e achamos uma dessas ruas para pedrestes, onde um desses musicos de rua tocava violão (super bem equipado, com microfone, caixas de som, amplificador...) pra ganhar umas moedas... e um monte de gente estava sentado ao redor dele, cantando junto, aplaudindo, assobiando... sentamos também! Fizemos nosso lanche, curtimos o som... e em certo momento a Letícia me chamou a atenção “Bárbara, tu viu onde estamos?” Virei pro lado e vi que estávamos sentadas em frente à “Royal Opera House” (Opera Nacional)!



Meu bairro preferido em Londres, no entanto, é Camden Town. É o bairro hippie... É um lugar onde tu encontra feirinha de roupas hippies (muito baratas, por sinal!) e ao lado, uma loja de roupas punk... acessórios de cabaret ou de cowboys... lá foi onde vi a maior variedade de estilos (e não, ninguém se importa com o teu jeito de vestir... ninguém vai te olhar, julgar e apontar por causa do teu penteado ou a cor das tuas botas). Eu e a Letícia até fizemos compras lá!



Outro lugar legal é Piccadilly Circus. Parar na frente da estátua que fica em frente à estação do metrô e ver todos aqueles teatros por todos os lados... os luminosos anunciando qual é a boa... as pessoas passando, conversando, o coração da cidade pulsando... O fantasma da Ópera, Mamma Mia, Priscilla a rainha do deserto... as diversas bancas de ingresso que vendem pela metade do preço e as filas de gente tentando descobrir qual o ingresso mais barato pros mais variados espetáculos... Nei Lisboa tem razão quando canta que o “mundo dá voltas às voltas de Piccadilly Circus”...



Cansou da correria da cidade? O ritmo tá muito frenético? Não tem problema... basta entrar em um parque e achar um banco pra sentar, descansar e ver os esquilos correndo por entre as árvores... às vezes nem é preciso tanto... é só entrar em alguma ruazinha pequena e encontrar casinhas típicas inglesas e a calma de bairros residenciais (em pleno centro da cidade!)



Eu sempre gostei de cidades onde as coisas acontecem... cidades com acesso fácil a cultura... Londres ganha todas... até porque a maioria dos museus e exposições são gratis!! Demos uma caminhada pela National Gallery (a Galeria Nacional), pra ver alguns Van Gogh, Manet e Monet... (entrar em museus em Londres pode ser a melhor saida pra uma tarde em que a chuva te pega como turista desprevenido)

Outra coisa que eu gostei por lá foram as pessoas... encontrei britânicos super simpáticos, dispostos a ajudar.. vi uma cena em que 2 velhinhos olhavam um mapa em uma esquina e passam 2 britânicos super solícitos:
- Hello, good morning. Do you know where you are? (Oi, bom dia. Vocês sabem onde estão? – perguntando com ares de quem tá disposto a ajudar caso eles não saibam)
- Yes, we have a very good map, thanks (Sim, temos um mapa muito bom, obrigada. – dizem os velhinhos)
- ok, so have a nice day and enjoy London (Então tenham um bom dia e aproveitem Londres)

Isso sem contar o guardinha do metrô que, ao ver que a máquina de ticket não aceitava minha nota, tirou uma nota da própria carteira pra me ajudar a pagar a passagem.

E como já tinham me dito, eles têm um humor muito peculiar... Andando em uma rua de restaurantes, onde a maioria deles tinha em frente um cartaz com o menu ou os preços, encontrei um que tinha isso:



Ah! E é claro que também gostei dos símbolos pop da cidade: o círculo vermelho com a tarja azul do metrô, o ônibus vermelho de dois andares, a cabine de telefone vermelha, os guardinhas do palácio da rainha com a roupinha vermelha e o chapéu preto...




Ah, mas sabe o que foi o melhor de Londres? É que todo mundo fala inglês! (e, depois de 1 ano na Republica Tcheca e outro na Hungria, entender o idioma do país faz uma diferença... eu entendia o que falavam no metrô, todo mundo na rua conseguia me dar informação, me comuniquei com vendedor de feirinha e policial e me deliciei entrando em livraria!)

Londres não é a cidade que eu escolheria pra morar a vida toda... mas ia adorar morar lá por uns tempos...



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