Caixas (ou "Pedaços de mim")
Quando cheguei em Curitiba, em 2010, pensando que era para morar, levei comigo livros, fotos, cds e muita roupa de frio. Quando, depois de 4 meses, soube que me mudaria para Salvador, todas essas coisas (agora inúteis) ficaram encaixotadas, na casa de uma amiga em Curitiba... bota, edredom, blusão de lã, casacos... todos em uma caixa.
Em um ano em Salvador acumulei muitas coisas... e em algumas idas a São Leopoldo, levei outras tantas comigo pra Bahia. Como Salvador era temporário, já em outubro comecei a levar embora roupas, toalhas, roupas de cama... deixei uma caixa em São Paulo, na casa da Débora... e, já sabendo que viajaria com meus pais no final do ano, mandei calças jeans, moletons, etc. pelo meu pai, pra São Leopoldo.
Quando decidi que voltaria para Curitiba em 2012, carreguei comigo parte da mudança quando fui pra Curitiba em dezembro. Dessa vez foi a rede, a cuscuzeira, canecas... que ficaram encaixotadas na casa de outra amiga.
Em dezembro, fui pro RS passar férias... e levei quase tudo que ainda tinha em Salvador... O que não coube nessa mala ficou - em uma caixa - na casa de uma amiga peruana, em Salvador.
Em São Leopoldo, fiz a mala pra viajar de férias, desfiz pra refazer com as coisas que levaria pra morar de novo em Curitiba. Como ainda não sabia onde moraria lá, encaixotei copos, pratos, panelas e outras tantas coisas que poderiam ser úteis... e a caixa viajou comigo de ônibus até a terra das araucárias. Essa caixa foi levada pro escritório do meu trabalho - e ainda está dormindo lá!
E hoje estou em Curitiba. Ainda sem casa, por isso na de uma amiga. Tenho parte de minhas coisas (roupas, artigos de higiene pessoal, documentos) aqui comigo... e tenho, espalhadas por 4 cidades, diversas caixas com pedaços de mim... São Leopoldo, São Paulo, Salvador, Curitiba... em 7 casas, nenhuma delas a minha...
Amanhã viajo a Salvador, com a mala vazia, pra trazer o que deixei por lá. Chegando aqui, me mudo pro meu novo apartamento e busco as caixas dos literalmente 4 cantos de Curitiba... depois busco a parte que deixei em São Paulo... e vou juntando meus pedaços por aí...
Separando, encaixotando, juntando, me reconstituindo... fazendo e desfazendo malas, caixas, mudanças... espero agora me juntar, inteira...
E os pedacinhos que espalhei por aí contam histórias, falam dos lugares onde estive...
Mas o que eu sou não está nas caixas... e do material, consigo ser e viver com pouco, bem pouquinho... afinal descobri que tudo o que eu preciso cabe em uma caixa!
Uma vez eu descobri que tudo o que eu preciso, cabe numa mochila....
quando a gente está num espaço físico temporariamente permanente, juntamos muito mais do que precisamos, mas tudo, sempre pode contar um pouco da gente, ou dos lugares que já chamamos de casa!
Quando li "caixas", associei às caixinhas de atitude sobre que falei pra você.
Dê uma olhadinha. Você encaixotou e desencaixotou suas coisas. Agora, já que está em Curitiba, pode desencaixotar mensagens lindas. Procure José Oliva, ele fica perto da fonte lá do Largo (lá ele) da Ordem.
Essa aqui é pra você, que sempre deixa uma marca em cada lugar a que vai: http://www.caixinhadeatitude.com.br/site/caixinhas/caixinha_bordo.php
é, Licia, é isso mesmo... essa nossa vida andarilha nos ensina certas coisas, né? ;)
Deco: vou procurar sim! :)
beijos!